30 monedas | Uma joia do terror em forma de série

Há algo que me atrai muito ao terror que lida com o sagrado e profano. Provavelmente tem haver com minha instrução religiosa da minha infância.

Quando pequeno era muito fã, acreditem ou não, de um desenho que passava no SBT que se não me engano se chamava histórias bíblicas, que como o nome diz eram versões em desenho animado de passagens da bíblia.

Além disso, tinha acesso a uma enciclopédia ilustrada da bíblia, entre outras diversas coisas desse seguimento.

Seguindo a linha do terror, histórias como O Exorcista e Hellraiser me fascinavam, pois além do terror em si, há uma história por traz, uma mitologia rica que vai muito além do que está simplesmente naquela história contada no filme.

E justamente 30 Monedas (30 Moedas) cai justamente nesse ponto. Trazendo a história de que as moedas recebidas por Judas ao trair Jesus, se reunidas nos dias de hoje trazem grande poder e movimenta a história, que em parte dá seguimento maior a uma pequena cidade da Espanha (Pedraza), mas que se entrelaça com a história de vida de um padre (que ali reside) chamado Vergara e toda sua história com exorcismos. E a história escala para uma organização tão ou mais poderosa que a própria igreja católica, que possui laços intrincados com a história da humanidade e com todo o mundo.

Estou a assistir essa série e ainda não completei sua primeira temporada (falta uns 3 episódios), mas mesmo assim é uma grande recomendação que posso dar sem erro aos amantes do terror.

Seu primeiro episódio em si já é um grande trunfo, funcionando de forma separada e única, trazendo um terror visceral e grotesco. Até imaginei que a série seria procedural (cada episódio uma história única) de tão completa e satisfatória foi o seu primeiro episódio. Mas para a minha surpresa no segundo episódio damos sequencia aos mesmo personagens e a mesma pequena cidade.

Porém, mesmo sendo uma história contínua, gostei muito que cada episódio meio que traz um grande problema e consegue resolver nele mesmo, pincelando a trama principal (que traz uma mitologia muito gratificante para mim).

Uma outra coisa a elogiar, é o capricho da abertura da série. Em praticamente em todos os episódios não consegui pular ela, de tão bem feito é o mesmo.